quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PAIXÃO PELA CULINÁRIA

Comecei minhas primeiras receitas, ainda adolescente, quando assumi as responsabilidades pela cozinha da casa da minha mãe. Combinei com ela que cozinharia o almoço, já que minha faculdade era a tarde. Nesse período aprendi somente o trivial e com o tempo, a rotina foi me desgastando a ponto de perder todo prazer de cozinhar. Com a vinda do trabalho, abandonei a rotina, mas ainda não era o momento de retornar à cozinha ou quando retornava, ainda me valia do trivial.

O primeiro chamado para minha mudança em relação a comida começou com as idas ao Café com Letras (BH) com meu amigo do coração Bruno, onde saboreávamos aquelas receitas deliciosas.

Um segundo passo, veio com a chegada de um grande amigo, o Felipe, que é um chef de cozinha muito especial. Nossas conversas sobre receitas e sabores, onde ele me ensinou (e ainda ensina) vários truques de temperos, o que combina com o que, o uso de iguarias, começaram a mudar o paradigma da comida na minha vida.

Mas somente após a minha mudança pra morar sozinha, ao poder colocar a culinária em prática com mais facilidade e quando quisesse, é que descobri uma grande paixão por cozinhar, e por descobrir sabores. Hoje mesmo estava, há pouco, procurando receitas na internet, para, a partir delas, ter idéias que comporão uma nova experiência. Isso mesmo: experiência.

Outro prazer que combina com a cozinha é receber amigos. Até minha amiga Carol, que eu sempre convido para ser minha cobaia (rs e ela sempre aceita de muito bom grado!) me deu uma cerâmica, trazida de uma de suas viagens a Colonia no Uruguai, com os seguintes dizeres: “Un aplauso para la cocinera!”. Ahh eu achei o máximo! rs e é claro que pendurei na parede da sala onde compartilhamos os sabores.

Todo esse prazer é fundamental na minha vida hoje.

Há poucos dias terminei de ler um livro do Flávio Gikovate, “Deixar de ser gordo”, e concluí o quanto as pessoas hoje, dentro da ditadura da beleza que lê-se magreza, deixaram de viver o prazer da comida e passaram a viver num padrão privativo, ou seja, mesmo sendo magras, as pessoas têm mente de gordas e vivem pensando em dietas e calorias. E Gikovate conclui que é a mudança da lógica da comida, de restrição e contenção para prazer, que faz com que as pessoas deixem realmente de ser gordas, seja fisicamente seja mentalmente.