domingo, 16 de outubro de 2011

TRINTA E DOIS


Refletindo sobre a chegada dos meu trinta e dois anos, resolvi escrever as trinta e duas coisas importantes que aprendi ao longo da vida, que fizeram grande diferença para meu crescimento. Com certeza não contemplo aqui todo o arcabouço do meu aprendizado, mas estes itens foram e são muito significativos pra mim, não necessariamente na ordem que foram descritos.

Aprendi a...
  1. Acolher meus próprios abandonos
  2. Buscar sempre o autoconhecimento
  3. Buscar conhecer melhor os outros significativos da minha vida
  4. Acolher minha criança interna
  5. Acolher meu adolescente interno
  6. Identificar os padrões familiares que não quero repetir e sair deles quando os identifico na minha vida
  7. Buscar ser coerente com meus valores e formas de pensar e ver a vida
  8. Me colocar em primeiro lugar nas minhas prioridades
  9. Me responsabilizar completamente por cuidar de todas as minhas necessidades
  10. Buscar suprir minhas carências básicas
  11. Aceitar meus pais como eles são, sabendo que eles nunca serão o ideal de pais que gostaria que fossem
  12. Desidealizar as pessoas no geral
  13. Ser humilde e buscar ajuda quando preciso
  14. Fazer escolhas de saúde e de não permanência na doença
  15. Entender que toda escolha tem um lado de perda e outro de ganho
  16. Aceitar as perdas
  17. Perder o controle
  18. Parar de querer controlar a minha vida
  19. Aceitar as oportunidades que a vida oferece
  20. Buscar me desenvolver na minha profissão que é minha vocação
  21. Buscar o prazer nas coisas grandes e pequenas da vida
  22. A lidar com o tempo com menos ansiedade
  23. A não abrir mão dos meus desejos mais profundos
  24. Buscar construir a realidade que desejo
  25. Esperar o amor com menos ansiedade
  26. Valorizar a família de amigos, com quem tenho uma verdadeira intimidade
  27. Valorizar o prazer em suas diversas formas
  28. Buscar me aceitar como eu sou
  29. Ser menos dura comigo mesma
  30. Ser mais amorosa e condescendente comigo mesma
  31. Receber
  32. Valorizar minhas raízes e fortalecer minhas Asas.
Adriana Freitas

ENXERGAMOS O QUE SOMOS


Nossa percepção é extremamente seletiva. O que enxergamos está diretamente ligado ao que somos.
Outro dia fui fazer uma viagem, fiquei num hotel, e depois ao encontrar com minha irmã, quem tinha feito a reserva pra mim, ela me falou que no quarto tinha televisão e eu disse que não tinha. Ela achou estranho pois no ato da reserva afirmaram que teria. Ao voltar pro hotel, me deparei com a TV, bem em destaque na parede, próximo de onde eu havia colocado algumas bolsas.
Como explicar o por que eu não tinha visto o objeto? Por que minha percepção não o tinha captado? O fato é que assistir TV convencional não é uma prática tampouco um prazer na minha vida. Eu tenho sim costume de assistir filmes, o que é bem específico e não era um interesse para mim durante aquela viagem. Por outro lado, eu estava muito empolgada, bem enfocada com meu objetivo e totalmente envolvida emocionalmente com a idéia do reencontro com os familiares e então minha percepção ficou “reduzida” a isto.
Lembrei também de um outro momento no qual a percepção revelou a pessoa. Estávamos minha amiga e eu passeando na região da Savassi em BH, quando nos deparamos com um casal que passeava com dois cachorrinhos e um bebê. Minha amiga é apaixonada com cães e parou o casal para brincar com os bichinhos. Depois que nos despedimos, eu comentei com ela do bebê e ela me disse que não tinha nem visto a criança. Ela não tem interesse em ter filhos e até mesmo se irrita com algumas situações onde há barulho ou movimento de crianças, na visão dela incomodando.
Vemos então como nossa visão/percepção está limitada, condicionada pelas nossas idéias, valores, sentimentos, emoções, desejos e formas de ver a vida.
No filme “Quem somos nós” com direção de William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente, identificamos a questão da percepção, em uma das cenas que se refere ao momento da colonização, quando os barcos estavam chegando no continente e os índios não puderam vê-los, pois aquela imagem era completamente desconhecida e diferente de tudo que eles poderiam imaginar, até que um deles viu e então os outros foram enxergando.
Antigamente a ciência, numa busca de objetividade plena, considerava que o cientista deveria ser neutro para não interferir no observado e a realidade pudesse ser desvendada na sua forma mais pura. Atualmente, com a evolução da ciência e a emergência dos novos paradigmas, uma das discussões se refere a inclusão do observador como parte da realidade observada, não existindo portanto, uma realidade pura sem um contexto ou uma relação observador-observado. Ou seja, também no contexto científico já se considera o indivíduo que percebe, sendo o cientista também um ser limitado pela sua percepção e suas contribuições estão relacionadas a quem ele é.
Se a nossa percepção está ligada ao que somos, se só enxergamos o que temos história pra enxergar, como podemos ampliar então nossa percepção? Se é que queremos realmente ampliá-la... (Tenho certeza de que muitos não querem por comodismo ou por medo).
Acredito que a chave para essa ampliação é a abertura para experimentar o que a vida tem a nos oferecer. Nunca chegaremos a uma percepção total, pois isso é impossível para nossa condição humana, mas se enfrentarmos nossos medos e se nos abrirmos para vivenciar o diferente, então uma nova percepção e realidade se abrirão para nós.
Para tal, é necessário desapegarmos das roupas velhas, e das nossas ilusões de segurança.
E construir a coragem para fazer novas escolhas...
Adriana Freitas