A minha amada
Musa é voluntariosa
Ela chega sem
pedir licença e sem hora marcada
e vai embora
sorrateiramente sem se despedir
e o pior, sem
marcar data e hora pra voltar
Me seduz, me
encanta, me enlouquece
Abre-me
olhos, cabeça e coração
Ai eu não compreendo
esse poder
Que ela tem
sobre mim
Quisera eu
manter uma relação amorosa
a longo prazo
com a minha amada
Já tentei
capturá-la numa gaiola
Ou colocá-la
numa redoma de vidro
Mas ela é
inapreensível
E me escapa
pelos dedos
Ela é
completamente fugaz
E só me
permite viver paixões avassaladoras
Que tomam
conta dos meus sentidos
E como no
instante seguinte ao prazer
Os corpos são
separados
E fica a
eterna nostalgia da perfeita completude
Eu tenho
repensado o que faço
Que mantém
seu comportamento voluntarioso
E cheguei a
conclusão de que
Não tenho
sido uma amante dedicada
Não tenho
investido tempo suficiente nesta relação
Imagino que
desta forma
Só possa lhe
despertar sentimentos
De raiva e
abandono
Oh Musa
querida
Me perdoe na
minha negligência
Eu ainda sou
uma aprendiz
Do Amor e da
Intimidade
Não sabes o
quanto me ensinas
Me dê mais
uma chance,
Mais outra e
mais outra...
Eu conheço a
sua bondade
Eu re-conheço
o meu desejo a cada dia
* Texto
dedicado a minha Musa interna, inspiração voluntariosa da minha escrita.
Adriana Freitas