Atualmente tenho visto diversos anúncios com
ofertas de emprego, nas portas das mais diversas áreas comerciais. Há muitas
empresas passando necessidade de funcionários e tendo que aceitar pessoas que
nem sempre estão preparadas para aquele perfil de trabalho, por falta de candidatos.
Constatamos uma nova realidade no Brasil onde não falta emprego de até nível médio,
assalariado e falta sim pessoas disponíveis para o trabalho.
Já a realidade para os profissionais graduados no
Ensino Superior é um pouco diferente. Realmente o mercado de trabalho está
inflado, não conseguindo absorver a grande quantidade de profissionais lançados,
especialmente porque o acesso as faculdades ficou muito maior, com os diversos
incentivos governamentais, com o aumento do número de faculdades e
consequentemente com a competição financeira entre elas.
Mas o meu questionamento é: qual é o grande
diferencial para se conseguir um emprego e mantê-lo?
Eu chamaria o principal item desse diferencial de vocação.
A palavra vocação vem do latim “vocare” que significa chamado, onde podemos
associá-la neste caso com um sentimento interno que cada ser humano tem, direcionado
para um talento em especial. Acredito que a grande maioria da população está
muito mais preocupada em conseguir dinheiro para saciar suas necessidades e as
demandas consumistas, incentivadas por um padrão econômico capitalista, do que
em buscar descobrir e realizar seus talentos únicos. Não fomos educados para
esta busca.
Em seu livro “As sete leis espirituais do sucesso”,
o autor Deepak Chopra conta, que educou seus filhos para que eles buscassem
principalmente descobrir qual era(m) o(s) seu(s) talento(s) único(s), pois
todos nós temos um ou mais, e que ele os sustentaria enquanto fosse necessário
até essa descoberta. E a conclusão foi que eles encontraram seus talentos, são
ótimos no que fazem e se sustentam sem necessitar da ajuda dos pais.
Quando descobrimos o nosso talento único, nós damos
o melhor de nós mesmos e trabalhamos com prazer e amor. Se nós só trabalhamos
para conseguir dinheiro, o trabalho fica vazio de sentido e empobrece nossa
vida, tornando-se muitas vezes um peso.
Mas por que essa busca do talento único nem sempre
é valorizada? Um dos fatores determinantes é a significativa influência
familiar, suas expectativas, e suas valorizações. Se a escola família valoriza
um tipo de trabalho ou espera que o filho vá por determinado caminho, ele pode
se sentir coagido a trilhar aquele caminho por medo de ser rejeitado ou não ser
amado pelas pessoas que lhe são importantes.
Outra influência significativa é o sistema
econômico sob o qual vivemos, o capitalismo. Sua preocupação maior é o
consumismo, independente de qual fonte ele venha. E com o avanço da tecnologia,
existe cada vez mais demanda de consumo para os produtos novos que chegam numa
velocidade sem limites.
Dentro de um contexto onde o dinheiro é valorizado
e não o talento, as preocupações com o mercado de trabalho são justificadas, e
muitas vezes as pessoas assumem uma posição vitimista, culpando a falta de
oportunidades de tal mercado. Entretanto, se descobrimos o nosso talento, o
problema da inserção no mercado de trabalho deixa de ser um problema, e passa a
ser uma construção, onde é fundamental sair da posição de vítima. Quem
está numa profissão por vocação, faz todos os esforços possíveis e sacrifícios
necessários para crescer. E não desiste quando encontra obstáculos a sua
frente, muito pelo contrário, passa a buscar mais alternativas para se
capacitarem e ultrapassarem tais obstáculos.
Eu sei disso porque vivenciei todo esse processo
profissional, talvez não conscientemente e mais instintivamente. Foi muito
difícil pra mim entrar no mercado de trabalho, mas eu nunca desisti, fui me
capacitando, melhorando minha formação, aprendendo com as experiências,
investindo tempo e dinheiro, com a ajuda da minha família. E quando eu pensei que
estava no fundo do poço e não enxergava mais o caminho, enfim as oportunidades
foram chegando, eu fui criando raízes e asas, e com o fundamental investimento
em terapia, as oportunidades foram melhorando e estão crescendo até hoje. Mas
eu sinto que a Psicologia é minha vocação, meu talento. Se eu pudesse
fazer algo diferente, eu tentaria fazer mais contatos profissionais e mostrar
mais “minha cara”. Naquela época eu era muito insegura, apesar de todos meus
esforços. Hoje compreendo o quanto esses contatos são importantes pois são
portas e janelas que podem se abrir caso você se mostre, e mostre sua postura profissional e de vida.
Por outro lado, quando não estamos num trabalho por
vocação, não temos força o suficiente para investir no mesmo, não temos o
desejo de investir porque a execução daquele trabalho não nos é prazerosa, e
não crescemos e consequentemente, não melhoramos de vida.
Muitas pessoas também ficam na eterna expectativa
ilusória de que a vida vai melhorar, sem que elas tenham que fazer esforço,
investimento ou sacrifício nenhum. E isso não é possível. Se
queremos crescer, todos esses itens são necessários. Nossas escolhas nos trazem
ganhos e perdas e precisamos arcar com todas as suas consequências...
Adriana Freitas
Olá, Adriana! Somente hoje conheci o seu blog, está muito bacana, parabéns! Abraços!!!
ResponderExcluirObrigada Alessandra! Fico feliz com seu comentário. Grande abraço!
ExcluirBacana, Adriana. É isso mesmo. Abraço c carinho
ResponderExcluirObrigada Renata! Abraços
ExcluirMuito bom Drika!! Conheço bem essa história, lá em casa somos dois, eu e o Fernando (marido), que é músico. E pra ser músico hoje é preciso muuuuita coragem para optar pelo talento. Mas é isso aí, sou uma grande incentivadora dele e fã número 1, e claro, conto com seu apoio total tb. Que bom! Qualquer hora dessas a gente podia bater um papinho, trocar umas figurinhas, né colega?! rs
ResponderExcluirBjokas
Oi Gaby! É verdade! Eu imagino a batalha que é para o Fernando. Realmente é uma escolha corajosa... É preciso acreditar muito em si mesmo e no próprio sentido de vida, e missão de vida. Vamos marcar algo sim! Grande abraço e obrigada pela sua preciosa participação aqui no blog!
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