segunda-feira, 30 de abril de 2012

PROCURA-SE UM EMPREGO...


Atualmente tenho visto diversos anúncios com ofertas de emprego, nas portas das mais diversas áreas comerciais. Há muitas empresas passando necessidade de funcionários e tendo que aceitar pessoas que nem sempre estão preparadas para aquele perfil de trabalho, por falta de candidatos. Constatamos uma nova realidade no Brasil onde não falta emprego de até nível médio, assalariado e falta sim pessoas disponíveis para o trabalho.
Já a realidade para os profissionais graduados no Ensino Superior é um pouco diferente. Realmente o mercado de trabalho está inflado, não conseguindo absorver a grande quantidade de profissionais lançados, especialmente porque o acesso as faculdades ficou muito maior, com os diversos incentivos governamentais, com o aumento do número de faculdades e consequentemente com a competição financeira entre elas.
Mas o meu questionamento é: qual é o grande diferencial para se conseguir um emprego e mantê-lo?
Eu chamaria o principal item desse diferencial de vocação. A palavra vocação vem do latim “vocare” que significa chamado, onde podemos associá-la neste caso com um sentimento interno que cada ser humano tem, direcionado para um talento em especial. Acredito que a grande maioria da população está muito mais preocupada em conseguir dinheiro para saciar suas necessidades e as demandas consumistas, incentivadas por um padrão econômico capitalista, do que em buscar descobrir e realizar seus talentos únicos. Não fomos educados para esta busca.
Em seu livro “As sete leis espirituais do sucesso”, o autor Deepak Chopra conta, que educou seus filhos para que eles buscassem principalmente descobrir qual era(m) o(s) seu(s) talento(s) único(s), pois todos nós temos um ou mais, e que ele os sustentaria enquanto fosse necessário até essa descoberta. E a conclusão foi que eles encontraram seus talentos, são ótimos no que fazem e se sustentam sem necessitar da ajuda dos pais.
Quando descobrimos o nosso talento único, nós damos o melhor de nós mesmos e trabalhamos com prazer e amor. Se nós só trabalhamos para conseguir dinheiro, o trabalho fica vazio de sentido e empobrece nossa vida, tornando-se muitas vezes um peso.
Mas por que essa busca do talento único nem sempre é valorizada? Um dos fatores determinantes é a significativa influência familiar, suas expectativas, e suas valorizações. Se a escola família valoriza um tipo de trabalho ou espera que o filho vá por determinado caminho, ele pode se sentir coagido a trilhar aquele caminho por medo de ser rejeitado ou não ser amado pelas pessoas que lhe são importantes.
Outra influência significativa é o sistema econômico sob o qual vivemos, o capitalismo. Sua preocupação maior é o consumismo, independente de qual fonte ele venha. E com o avanço da tecnologia, existe cada vez mais demanda de consumo para os produtos novos que chegam numa velocidade sem limites.
Dentro de um contexto onde o dinheiro é valorizado e não o talento, as preocupações com o mercado de trabalho são justificadas, e muitas vezes as pessoas assumem uma posição vitimista, culpando a falta de oportunidades de tal mercado. Entretanto, se descobrimos o nosso talento, o problema da inserção no mercado de trabalho deixa de ser um problema, e passa a ser uma construção, onde é fundamental sair da posição de vítima. Quem está numa profissão por vocação, faz todos os esforços possíveis e sacrifícios necessários para crescer. E não desiste quando encontra obstáculos a sua frente, muito pelo contrário, passa a buscar mais alternativas para se capacitarem e ultrapassarem tais obstáculos.
Eu sei disso porque vivenciei todo esse processo profissional, talvez não conscientemente e mais instintivamente. Foi muito difícil pra mim entrar no mercado de trabalho, mas eu nunca desisti, fui me capacitando, melhorando minha formação, aprendendo com as experiências, investindo tempo e dinheiro, com a ajuda da minha família. E quando eu pensei que estava no fundo do poço e não enxergava mais o caminho, enfim as oportunidades foram chegando, eu fui criando raízes e asas, e com o fundamental investimento em terapia, as oportunidades foram melhorando e estão crescendo até hoje. Mas eu sinto que a Psicologia é minha vocação, meu talento. Se eu pudesse fazer algo diferente, eu tentaria fazer mais contatos profissionais e mostrar mais “minha cara”. Naquela época eu era muito insegura, apesar de todos meus esforços. Hoje compreendo o quanto esses contatos são importantes pois são portas e janelas que podem se abrir caso você se mostre, e mostre sua postura profissional e de vida.
Por outro lado, quando não estamos num trabalho por vocação, não temos força o suficiente para investir no mesmo, não temos o desejo de investir porque a execução daquele trabalho não nos é prazerosa, e não crescemos e consequentemente, não melhoramos de vida.
Muitas pessoas também ficam na eterna expectativa ilusória de que a vida vai melhorar, sem que elas tenham que fazer esforço, investimento ou sacrifício nenhum. E isso não é possível. Se queremos crescer, todos esses itens são necessários. Nossas escolhas nos trazem ganhos e perdas e precisamos arcar com todas as suas consequências...
Adriana Freitas

6 comentários:

  1. Olá, Adriana! Somente hoje conheci o seu blog, está muito bacana, parabéns! Abraços!!!

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  2. Bacana, Adriana. É isso mesmo. Abraço c carinho

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  3. Muito bom Drika!! Conheço bem essa história, lá em casa somos dois, eu e o Fernando (marido), que é músico. E pra ser músico hoje é preciso muuuuita coragem para optar pelo talento. Mas é isso aí, sou uma grande incentivadora dele e fã número 1, e claro, conto com seu apoio total tb. Que bom! Qualquer hora dessas a gente podia bater um papinho, trocar umas figurinhas, né colega?! rs
    Bjokas

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  4. Oi Gaby! É verdade! Eu imagino a batalha que é para o Fernando. Realmente é uma escolha corajosa... É preciso acreditar muito em si mesmo e no próprio sentido de vida, e missão de vida. Vamos marcar algo sim! Grande abraço e obrigada pela sua preciosa participação aqui no blog!

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