sábado, 3 de novembro de 2012

TRINTA E TRÊS – AMOR PELO ESTAR SOZINHA




No mês de outubro comemoro meu aniversário, que este ano de 2012 foi de trinta e três anos. Eu sempre gostei de aniversários, acho que minha mãe teve influência nisso, pois durante a infância ela sempre fazia uma festinha, por mais simples que fosse. O fato é que eu cresci apreciando muito esta data, e hoje perpetuo o ritual da comemoração.
Pensando nisto, decidi fazer uma viagem para Tiradentes - MG no dia do aniversário, buscando fazer um ritual diferente dos anteriores. Passei em São João Del Rey, almocei na casa de um amigo com seus amigos e mais tarde dois deles me levaram para meu destino principal.
Depois que eles foram embora e eu fiquei sozinha, fui passear na cidade e pensar na minha vida. Eu costumo aproveitar o meu dia para refletir sobre o ano que passou e planejar o ano que se inicia.
Visitei uma loja de cristais e colchas maravilhosos. Lá tomei um café expresso com pão de queijo, num ambiente extremamente agradável: um quintal atrás da loja, onde havia algumas mesas e cadeiras debaixo de um toldo e em seguida a grama, árvores, mais outro local para sentar debaixo de algo parecido com um quiosque. E para completar o quadro, havia uma chuvinha e um friozinho deliciosos. Foi muito prazeroso simplesmente estar ali sentada, sem pressa, sem ansiedade, sentindo na pele o clima, ouvindo o barulho da chuva, sentindo o seu cheiro. Parecia que todos os meus sentidos estavam aguçados, inteiramente presentes e vivos.
Após esta experiência, caminhei de volta pra pousada e me preparei para ir jantar. Decidi passear pela rua onde se localizavam os restaurantes e escolher o local ideal para aquela noite, usando novamente meus sentidos. Eu tenho tentado prestar bastante atenção na minha intuição, minha companheira sempre acessível, disponível e sábia, moradora do meu eu mais profundo. E assim o foi. Ao passar por um restaurante com uma musiquinha ambiente eu senti que aquele era o melhor lugar. Ao chegar mais próximo, vi que teria também música ao vivo.
A vida é muito mágica, nós temos uma conexão profunda com o universo e não fazemos a mínima idéia disso. Os músicos sentaram e a primeira música que tocaram foi parabéns pra você! Havia outra aniversariante lá, e durante a noite eles cantaram três vezes a música parabéns. Eu fiquei emocionada ao ouvi-los cantar e pensar em como minha intuição me levou para o lugar certo.
Continuei refletindo sobre as vivências do ano trinta e dois e pensando o que desejava para os trinta e três, meus sonhos e projetos. O saldo passado foi extremamente positivo e projetos valiosos estão em aberto.
Mas o que mais me marcou daquele dia foi o quanto eu gostei da experiência de viver aqueles momentos comigo mesma, sem nenhum conhecido ou amigo por perto. Geralmente as pessoas têm muito medo da solidão e sofrem quando estão sozinhas. Talvez eu simplesmente seja diferente ou talvez eu tenha vivido a solidão de uma forma mais positiva, ou talvez eu tenha aprendido a gostar da minha companhia na medida em que passei a ser mais coerente, buscando sintonizar pensamento, sentimento e ação.
O fato é que eu estava numa presença amorosa comigo mesma durante todo o tempo. A solidão pode ser muito prazerosa tanto quanto o estar acompanhado, desde que o amor esteja na parte de dentro. Infelizmente buscamos o amor do lado de fora o tempo todo. Esperamos que o outro seja uma fonte de amor para nos alimentar. Não pensamos, não sabemos ou não lembramos que a fonte já existe em nós e assim vivemos uma busca ilusória.
Acho que o grande ganho pra mim ao fazer essa viagem de aniversário foi reencontrar e reconectar com a minha fonte amorosa interna e poder viver o prazer e o amor pelo estar sozinha.
Adriana Freitas

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